Ansiedade na infância: como identificar e ajudar

Publicado por psicologo.marcusmedeiros@gmail.com em

uma criança entre 6 anos sentada em um sofá, com expressão triste e ansiosa, mãos entrelaçadas. Ao lado, um a mãe sentada próximo, com expressão acolhedora. Ansiedade na infância

Neste artigo, vamos explicar de forma simples como identificar a ansiedade na infância e, principalmente, como oferecer apoio no dia a dia. Cuidar das emoções desde cedo é um gesto de amor que faz toda a diferença.

Ansiedade na infância: o que todo responsável precisa saber

A infância deveria ser um tempo de brincadeiras, descobertas e leveza. Mas, para muitas crianças, esse período vem acompanhado de preocupações, medos exagerados e até dores no corpo sem causa física. Esses sinais podem ser sintomas de ansiedade na infância.

A ansiedade não é só um “nervosismo”. É um sentimento de medo ou preocupação que aparece mesmo quando não há um motivo claro. E, sim, crianças também sentem isso. Muitas vezes, elas nem sabem dizer o que estão sentindo, por isso é importante que pais, mães, professores e cuidadores saibam observar.

A ansiedade pode aparecer em qualquer idade. Em crianças, ela pode surgir aos poucos, em situações do dia a dia, como uma mudança de escola, a separação dos pais, a chegada de um novo irmão ou até o medo de ficar longe dos responsáveis. O problema é quando esse sentimento não passa e começa a atrapalhar o sono, a alimentação ou o rendimento escolar.

Entender o que é ansiedade na infância é o primeiro passo para poder ajudar. O segundo passo é observar os sinais. Mas não se preocupe: mesmo que a ansiedade esteja presente, ela pode ser cuidada com atenção, carinho e, se necessário, com ajuda profissional.

Sinais de alerta: como perceber a ansiedade em uma criança

Criança ansiosa nem sempre fala que está com medo ou preocupada. Muitas vezes, ela mostra isso com atitudes. Por isso, é importante ficar atento a mudanças no comportamento.

Um dos sinais mais comuns é a mudança repentina de humor. A criança pode ficar mais irritada, chorar por qualquer coisa ou se isolar. Também é comum que ela reclame de dores no corpo, como dor de barriga ou dor de cabeça, mesmo sem estar doente.

Outros sinais que merecem atenção:

  • Dificuldade para dormir ou pesadelos frequentes
  • Medo exagerado de coisas simples, como ficar longe dos pais ou ir à escola
  • Querer estar sempre grudada em alguém de confiança
  • Roer unhas, puxar os cabelos ou mexer demais nas roupas
  • Falta de concentração e queda no desempenho escolar
  • Evitar brincadeiras ou situações sociais

É importante lembrar que cada criança é única. Ter um ou dois desses sinais de vez em quando é normal. O alerta acende quando eles aparecem com frequência e começam a atrapalhar a rotina.

A observação diária é a chave. Pais, avós, professores e cuidadores são os primeiros a notar essas mudanças. Quando isso acontece, é hora de acolher e tentar entender o que está por trás desses comportamentos.

O que não fazer: atitudes que podem piorar a situação

Quando uma criança está ansiosa, a forma como os adultos reagem faz toda a diferença. Algumas atitudes, mesmo sem intenção, podem piorar o que ela está sentindo. Por isso, é importante saber o que evitar.

1. Dizer que é “frescura” ou “drama”
Desvalorizar o sentimento da criança só faz com que ela se feche ainda mais. Mesmo que o medo pareça exagerado para um adulto, para ela é real e assustador. O ideal é escutar com paciência.

2. Gritar ou punir por causa do comportamento ansioso
Se a criança está chorando demais ou se recusa a ir para a escola, é preciso entender o que está por trás disso. Castigos e gritos não resolvem e podem aumentar a ansiedade.

3. Evitar o assunto
Fingir que nada está acontecendo ou mudar de assunto quando ela tenta falar só gera mais confusão e insegurança. É importante mostrar que ela pode contar com você.

4. Superproteger em excesso
Querer proteger é natural, mas não deixar a criança viver pequenas experiências sozinha pode reforçar o medo. O segredo é apoiar, sem fazer tudo por ela.

5. Comparar com outras crianças
Frases como “seu irmão não faz isso” ou “na sua idade eu já era valente” não ajudam. Cada criança tem seu tempo e seu jeito de sentir as coisas.

Evitar esses comportamentos abre espaço para um ambiente mais seguro e acolhedor.

Como apoiar a criança no dia a dia

Ajudar uma criança com ansiedade não precisa ser complicado. Pequenas atitudes feitas com carinho e paciência fazem uma grande diferença. O mais importante é mostrar que ela não está sozinha e que tudo bem sentir medo de vez em quando.

1. Crie uma rotina simples e previsível
Crianças se sentem mais seguras quando sabem o que vai acontecer. Ter horários parecidos para acordar, comer, brincar e dormir ajuda a reduzir a ansiedade na infância.

2. Escute de verdade
Quando a criança quiser falar, pare e preste atenção. Não precisa resolver tudo na hora. Às vezes, ela só quer ser ouvida sem julgamento.

3. Ensine a nomear os sentimentos
Você pode dizer coisas como: “Parece que você está com medo” ou “Entendo que isso te deixa nervoso”. Assim, ela aprende a reconhecer e expressar o que sente.

4. Brinque junto
A brincadeira é uma forma poderosa de aliviar tensões. Jogar, desenhar, inventar histórias… tudo isso ajuda a criança a relaxar e se sentir mais confiante.

5. Respire com ela
Ensinar a respirar fundo é simples e muito útil. Pode ser feito como um jogo: “Vamos encher a barriga como um balão e soltar o ar bem devagar.” Isso ajuda a acalmar o corpo e a mente.

6. Dê exemplos positivos
Se você mostrar que consegue lidar com seus próprios medos com calma, ela vai aprender a fazer o mesmo. Crianças observam mais do que escutam.

Com amor, paciência e constância, é possível transformar a ansiedade em algo que a criança consiga entender e superar aos poucos.

Prevenção e cuidado contínuo

Prevenir a ansiedade na infância não é impedir que a criança sinta medo ou insegurança. Isso faz parte da vida. O que podemos fazer é criar um ambiente onde ela se sinta protegida, ouvida e amada todos os dias.

1. Fortaleça o vínculo com a criança
A presença amorosa de um adulto de confiança é uma das maiores proteções emocionais. Não precisa ser o tempo todo, mas momentos de atenção verdadeira fazem diferença.

2. Valorize o esforço, não só os resultados
Elogie quando ela tenta, mesmo que erre. Isso ajuda a construir autoestima e a lidar melhor com frustrações.

3. Converse sobre sentimentos com naturalidade
Fale sobre os seus também, com simplicidade. Assim ela aprende que sentir medo, tristeza ou raiva é normal e que esses sentimentos passam.

4. Cuide do ambiente onde a criança vive
Brigas constantes, gritos, falta de diálogo ou excesso de cobrança deixam o clima tenso. Um ambiente calmo, com limites claros e afeto, ajuda a criança a se sentir segura.

5. Esteja atento a mudanças duradouras
Se a ansiedade estiver muito forte e persistente, não hesite em procurar ajuda. Psicólogos infantis são preparados para orientar tanto a criança quanto os adultos que cuidam dela.

Por fim, lembre-se: ninguém precisa saber tudo para ser um bom cuidador. O mais importante é estar presente, disposto a aprender e com o coração aberto. A infância é um tempo precioso e a forma como ajudamos agora pode transformar o futuro de uma criança.

Psicólogo em Arapiraca sentado mexendo em um computador

Psicólogo Marcus Medeiros | Psicólogo Comportamental
CRP: 15/7598
Atendimentos on-line em todo Brasil e Presenciais em Arapiraca
Agendamentos: (82) 9.9635-2129


0 comentário

Deixe um comentário

Espaço reservado para avatar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *