Como ajudar alguém com vício em apostas?

O vício em apostas online está crescendo silenciosamente. Talvez você tenha notado que alguém próximo está sempre jogando, perdendo dinheiro, ficando mais ansioso, escondendo o celular… E aí bate a dúvida: como posso ajudar alguém com vício em apostas sem me tornar o “chato” ou o inimigo?
A verdade é que esse tipo de vício não se resolve com bronca ou sermão. É um problema sério, que precisa de sensibilidade, paciência e, sim, limites. Neste artigo, vamos mostrar um caminho simples, direto e humano para ajudar alguém nessa situação. Mesmo que a pessoa ainda negue que tem um problema.
O primeiro passo é enxergar o problema (mesmo quando a pessoa nega)
Ajudar alguém com vício em apostas não é simples. Não tem fórmula mágica. E pior: muitas vezes, quem está afundado nesse problema nem acha que está viciado. “Eu paro quando quiser.” “Só tô passando uma fase ruim.” “Dessa vez eu recupero.” (Se cada justificativa dessas valesse dinheiro, o problema tava resolvido, né?)
O primeiro passo para ajudar alguém é reconhecer que isso é um vício real. Assim como o álcool ou as drogas, o jogo ativa uma parte do cérebro ligada ao prazer e à recompensa. Cada pequena vitória, mesmo que seja de 5 reais, dá uma sensação de “eu sou bom nisso”, e isso vicia. A pessoa se sente no controle, mas não está.
Como conversar com quem está viciado — sem julgar, sem pressionar
Agora, vamos ao ponto importante de ser entendido: você pode enxergar o problema, mas a pessoa talvez não veja. Ou não queira ver. E aí entra uma armadilha emocional: tentar ajudar alguém que não quer ajuda pode gerar brigas, mágoas e afastamento. Por isso, nada de acusações. Frases como “você está acabando com sua vida” ou “você não presta” só vão fazer a pessoa se fechar mais.
A sua função no começo é observar, acolher e mostrar que você está ali. Pergunte com calma, sem julgamento. Dê espaço para a conversa. Às vezes, a pessoa precisa perceber sozinha que tem um problema. E, quando perceber, vai lembrar quem ficou do lado dela sem apontar o dedo.
Esse de fato é a parte mais delicada: conversar com ela, converse de verdade. E aqui vai um aviso importante: não adianta chegar com sermão. Se fosse só dar bronca, ninguém mais teria vício no mundo.
(A verdade é que ninguém muda no grito. Se fosse assim, era só berrar “para de apostar!” que tava resolvido o problema)
A conversa precisa acontecer com escuta, empatia e paciência. Não tente controlar a pessoa, tente entender o que está por trás do vício. Muitas vezes, o jogo não é só jogo, é fuga. Fuga de estresse, de tristeza, de frustração, de autoestima baixa. (Sim, tem gente que aposta porque se sente fracassado e só no jogo se sente “bom em alguma coisa”. Triste, mas real.)
Evite frases do tipo:
- “Você só faz besteira com o seu dinheiro.”
- “Você é um viciado!”
- “Você tá destruindo sua vida!”
Essas frases só alimentam a culpa, e quem está viciado já vive com vergonha escondida. O que funciona mais é algo como:
- “Eu percebi que você tem jogado com frequência. Isso está te fazendo bem?”
- “Queria entender melhor como você tem se sentido com tudo isso.”
- “Se um dia quiser conversar ou procurar ajuda, eu tô aqui.”
(Às vezes, ouvir um “tô aqui com você” vale mais do que mil conselhos prontos)
Também é importante deixar claro que você não vai alimentar o ciclo do vício. Se a pessoa pedir dinheiro emprestado e você sabe que vai virar aposta… não dê. Ajudar não é facilitar. Você pode ajudar com acolhimento, escuta e incentivo à busca por ajuda — mas não reforçando o comportamento.
Incentivar ajuda profissional — porque força de vontade não é suficiente
Muita gente ainda acha que vício é “falta de vergonha na cara”. Mas a verdade é que vício é uma condição psicológica. Não é preguiça, não é teimosia, e definitivamente não é falta de força de vontade. (Se fosse só querer parar, todo mundo já teria parado, certo?)
Por isso, uma das melhores formas de ajudar alguém com vício em apostas é incentivar a busca por ajuda profissional. Psicólogos, psiquiatras e grupos de apoio especializados entendem os mecanismos comportamentais por trás do vício e podem ajudar de verdade. Mas atenção: isso não significa obrigar a pessoa a ir à terapia. Significa mostrar que existe esse caminho, que é seguro, que funciona e que não é sinal de fraqueza.
Você pode dizer algo como:
- “Tem profissionais que entendem esse tipo de problema. Já pensou em conversar com alguém?”
- “Você não precisa passar por isso sozinho. Tem gente que pode te ajudar sem te julgar.”
- “Se quiser, eu posso ir com você na primeira vez.”
(Tentar empurrar ajuda goela abaixo só faz a pessoa fugir. Mas mostrar que você acredita nesse caminho pode abrir uma porta)
Ah, e uma dica importante para você, que quer ajudar: cuide também da sua saúde emocional. Conviver com alguém em situação de vício é desgastante. Você não é responsável por salvar ninguém, mas pode ser um apoio importante no caminho.
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Ajudar no dia a dia — o apoio que realmente faz diferença
Depois de abrir o diálogo e incentivar a busca por ajuda profissional, o que sobra é o dia a dia. E é aí que a batalha real acontece. O apoio constante, nos pequenos momentos, pode fazer mais diferença do que você imagina.
Aqui vão algumas atitudes simples, mas poderosas, para ajudar alguém com vício em apostas:
1. Estabeleça limites claros
Você pode ser acolhedor, mas isso não significa dizer “amém” pra tudo. Se a pessoa pedir dinheiro e você sabe que é para apostar, diga não com firmeza e carinho. Isso não é dureza, é responsabilidade. (Se você dá a vara e ainda ajuda a pescar, o peixe vai embora rapidinho… e junto com ele o seu dinheiro)
2. Ajude a criar uma rotina saudável
Convide a pessoa para atividades fora da lógica do jogo: caminhar, conversar, ver um filme, jogar dominó (de verdade, com gente de verdade). O cérebro precisa encontrar novas fontes de prazer que não envolvam apostas.
3. Fique atento aos gatilhos
Evite expor a pessoa a propagandas de sites de apostas, aplicativos de jogos ou ambientes onde o jogo é incentivado. (Sim, até aquela “aposta inocente” no bolão da firma pode ser um gatilho disfarçado)
4. Reforce os avanços, mesmo os pequenos
Se a pessoa ficou uma semana sem jogar, comemore. Se ela marcou uma consulta com um psicólogo, elogie. O vício é uma batalha silenciosa, e todo passo positivo precisa ser reconhecido.
5. Prepare-se para recaídas
Sim, elas podem acontecer. E não significa que tudo foi perdido. O mais importante é não jogar na cara. Ao invés de dizer “você estragou tudo!”, tente algo como “vamos entender o que aconteceu pra seguir em frente?”. A recuperação é um processo, não uma linha reta.
(Afinal, ajudar alguém com vício não é sobre carregar essa pessoa nas costas, é sobre caminhar ao lado dela quando ela quiser dar os passos)
Conclusão: Você não vai salvar ninguém, mas pode ser a ponte para que ela se salve.
Ajudar alguém com vício em apostas exige paciência, empatia e, às vezes, silêncio. Mas também exige firmeza, limite e coragem. E se você está lendo esse artigo até aqui, é porque você se importa. E isso já é um começo poderoso.

Psicólogo Marcus Medeiros | Psicólogo Comportamental
CRP: 15/7598
Atendimentos on-line em todo Brasil e Presenciais em Arapiraca
Agendamentos: (82) 9.9635-2129
FAQ: Como ajudar alguém com vício em apostas?
Como saber se alguém está viciado em apostas?
Alguns sinais comuns são: mentir sobre o tempo ou dinheiro gasto com jogos, irritação ao ser questionado, dívidas frequentes, isolamento social e tentativas fracassadas de parar. Se a pessoa joga mesmo quando está sofrendo com isso, é um forte indício de vício.
O que eu devo evitar dizer para alguém com vício em apostas?
Evite julgamentos ou frases agressivas, como “você é fraco”, “isso é burrice” ou “é só parar”. Isso só aumenta a culpa e o isolamento. Prefira abordagens calmas, com escuta e empatia, como “posso te ajudar com isso?” ou “você quer conversar?”.
Devo emprestar dinheiro para alguém que está viciado?
Não. Mesmo com boas intenções, emprestar dinheiro pode alimentar o ciclo do vício. É melhor oferecer apoio emocional e incentivar a busca por ajuda profissional, do que facilitar novas apostas.
O vício em apostas tem cura?
É possível sim se recuperar, mas exige tratamento, apoio e mudança de hábitos. A pessoa pode passar por recaídas, mas com acompanhamento psicológico e suporte familiar, há grandes chances de melhora.
Que tipo de tratamento é indicado para o vício em apostas?
Terapia é tratamento muito eficaz. Em alguns casos, pode haver necessidade de medicação, especialmente se o vício estiver ligado à ansiedade ou depressão.
Como posso apoiar alguém que está tentando parar?
Com paciência e constância. Ajude a manter uma rotina saudável, reconheça os avanços, evite ambientes com gatilhos e esteja presente nas recaídas. Lembre-se: você é apoio, não salvador.
E se a pessoa não quiser ajuda de jeito nenhum?
Você pode continuar mostrando que está disponível, sem forçar. Às vezes, o simples fato de saber que alguém se importa já planta uma semente de mudança. Mas cuide também da sua saúde mental, ajudar não pode te destruir.
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