Crise de ansiedade pode matar?

Você já sentiu o coração disparar, a respiração ficar difícil e um medo forte de que algo muito ruim vai acontecer, mesmo sem motivo claro? Isso pode ter sido uma crise de ansiedade, um momento assustador que dá a sensação de que algo grave está acontecendo com o corpo.
Muita gente, ao passar por isso, se pergunta: “Será que posso morrer de ansiedade?”. Essa dúvida é comum, e neste texto vamos explicar, de forma simples e direta, se uma crise de ansiedade realmente oferece risco à vida, e o que fazer nesses momentos.
Quando tudo parece desabar: o início da crise de ansiedade
Vamos imaginar juntos uma cena. Em uma terça-feira comum, como qualquer uma outra, Ana estava no escritório, organizando relatórios, quando de repente começou a se sentir estranha. Primeiro veio uma sensação de aperto no peito, depois o coração acelerou como se ela tivesse corrido uma maratona. As mãos começaram a suar, e uma tontura tomou conta da cabeça.
Tentou continuar digitando, mas os dedos tremiam. Sentiu que não conseguia respirar direito. O ar parecia preso. Pensamentos ruins começaram a invadir: “Será que estou tendo um infarto?”, “Vou morrer aqui, na frente de todo mundo?”, “E se ninguém me ajudar?”
Uma colega de trabalho falava com ela, mas as palavras pareciam distantes. Tudo ao redor ficou abafado, como se o mundo estivesse desligando devagar. Era difícil explicar. Ana só sabia que algo estava muito errado.
Na verdade, ela estava tendo uma crise de ansiedade. E, como acontece com muitas pessoas, ela não sabia disso na hora.
Crises assim podem acontecer mesmo quando estamos quietos, trabalhando, tentando seguir o dia normalmente. O corpo reage como se estivesse em perigo, mesmo que tudo pareça “normal” por fora. É o alarme interno tocando sem motivo claro, mas que assusta de verdade e gera muita confusão.
O que está acontecendo com o meu corpo?
Durante uma crise de ansiedade, o corpo reage como se estivesse em perigo, mesmo que não haja ameaça real. É como se o cérebro apertasse o botão de emergência, mandando sinais para o corpo se defender ou fugir de algo que ele mesmo nem sabe direito o que é.
Quando isso acontece, aparecem alguns sintomas bem fortes. O coração dispara porque o corpo pensa que precisa correr. A respiração fica rápida e curta porque o cérebro quer mais oxigênio. As mãos suam, os músculos ficam tensos, a boca seca. Tudo isso faz parte da resposta do corpo ao que ele acredita ser um perigo.
Além dos sintomas físicos, a mente também se agita. Pensamentos negativos surgem rapidamente: “vou morrer”, “não estou bem”, “algo muito ruim vai acontecer”. É comum a pessoa pensar que está tendo um infarto ou que vai desmaiar.
Mas, apesar de tudo parecer grave, esses sintomas fazem parte da ansiedade e, na maioria dos casos, não oferecem risco real à vida. Eles passam com o tempo, embora sejam muito assustadores no momento em que está se vivendo-os.
Ana, por exemplo, achava que estava doente. Mas o que ela estava sentindo era o corpo reagindo ao medo, ao estresse, às pressões do dia a dia que foram se acumulando aos poucos, em silêncio.
Se você deseja entender melhor como a ansiedade age no corpo, clique aqui para uma leitura mais completa sobre o assunto.
Mas a grande pergunta é: afinal, crise de ansiedade pode matar?
Será que eu vou morrer disso?
Essa é a pergunta que mais aparece no meio de uma crise de ansiedade: “Eu vou morrer?”. A resposta direta e honesta é: não, a crise de ansiedade por si só não mata.
Os sintomas são intensos e assustadores. Dão a impressão de que o corpo está falhando. Mas é importante entender que essa sensação vem de um padrão de comportamento de alerta, não de uma falha real nos órgãos. O coração está acelerado, mas ainda funciona bem. A respiração está ofegante, mas o ar está entrando. O medo é real, mas o perigo, na maioria das vezes, não é.
Durante uma crise, de fato o corpo entra em “modo de emergência”. Mas diferente de um ataque do coração ou AVC (Acidente Vascular Cerebral), a crise de ansiedade não causa danos permanentes ao corpo. É como um susto muito forte por dentro, mas que tende a passar.
Porém, é importante dizer: mesmo que não mate, uma crise de ansiedade não deve ser em momento nenhum ignorada. Se as crises se repetem, se atrapalham o dia a dia, se causam medo de sair de casa ou mesmo de ir ao trabalho, isso mostra que a pessoa precisa de ajuda profissional.
No caso de Ana, aquela crise no trabalho foi um alerta. Ela percebeu que estava sobrecarregada, acumulando pressões sem pedir ajuda, ignorando os sinais do seu próprio corpo.
Como controlar esse momento?
Quando a crise de ansiedade começa, parece que nada vai funcionar. Mas há algumas atitudes simples que podem ajudar a controlar o momento e trazer o corpo de volta ao equilíbrio.
A primeira coisa é respirar devagar. Pode parecer pouco, mas ajuda muito. Tente inspirar pelo nariz contando até 4, segure o ar por 2 segundos, e depois solte lentamente pela boca contando até 6. Faça isso algumas vezes. Essa respiração diz ao cérebro que está tudo bem, e o corpo começa a se acalmar lentamente.
Outra dica é se lembrar de que a crise vai passar. Diga a si mesmo, em voz baixa ou mentalmente: “isso é ansiedade”, “meu corpo está reagindo, mas vai passar”. Mesmo que o medo diga o contrário, essas frases ajudam a mente a não alimentar ainda mais o pânico.
Também pode ajudar olhar ao redor e descrever o que você vê. Diga para si: “eu vejo uma cadeira”, “ouço pessoas falando”, “sinto a mesa com minha mão”. Isso chama a atenção para o presente e tira o foco dos pensamentos ruins e dos sintomas físicos que compõem a crise de ansiedade.
Se possível, afaste-se do ambiente por alguns minutos. Vá ao banheiro, respire, molhe o rosto. Um pequeno intervalo pode fazer diferença. Porém é importante fala que não é interessante você deixar de fazer a atividades que estava realizado devido a ansiedade.
No caso da Ana, ela pediu licença, foi até o banheiro e ficou respirando devagar por alguns minutos. Depois, quando se acalmou um pouco, contou a uma colega de confiança o que tinha sentido. Isso já foi o começo de uma grande mudança.
Viver melhor é possível
Depois daquela crise no trabalho, Ana entendeu que não podia continuar ignorando o que sentia. Procurou ajuda de um psicólogo e também passou no médico para ver como estava a saúde. Descobriu que não estava doente do coração, mas sim sobrecarregada de atividades e preocupações com o futuro.
Muita gente acha que precisa aguentar tudo calada, mas não é assim. Falar com alguém de confiança, procurar um profissional, mudar hábitos simples do dia a dia, tudo isso pode ser de grande ajuda para prevenir novas crises e construir uma qualidade de vida.
Coisas como dormir bem, se alimentar de forma saudável, fazer alguma atividade física (mesmo que seja uma caminhada leve), e ter momentos de descanso fazem diferença. Além disso, aprender a dizer “não” e respeitar os próprios limites também é um cuidado com a saúde mental indispensável. Caso você seja daquelas pessoas que não sabe dizer “não” para os outros, não se preocupe. Um profissional de psicologia pode lhe ajudar com isso.
A ansiedade faz parte da vida, mas quando ela vira um peso constante, é sinal de que algo precisa mudar. Crises de ansiedade não matam, mas pedem atenção e cuidado. Não porque são perigosas em si, mas porque mostram que o corpo está gritando por ajuda. Resta saber se você está preparada para ouvir.
A Ana começou suas sessões de terapia com medo, achando que não ia saber o que dizer. Mas com o tempo, descobriu um espaço seguro, onde podia se escutar de verdade. E ali começou a transformação. Ana ainda sente ansiedade às vezes, como todo mundo. Mas agora, ela conhece os sinais. Sabe reconhecer que não está sozinha. E o mais importante: aprendeu que pedir ajuda não é luxo, é uma necessidade.
Você também pode buscar esse caminho. Viver com mais leveza é possível, um passo de cada vez. Não espere a próxima crise. O momento de se cuidar é agora.
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Psicólogo Marcus Medeiros | Psicólogo Comportamental
CRP: 15/7598
Atendimentos on-line em todo Brasil e Presenciais em Arapiraca
Agendamentos: (82) 9.9635-2129
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